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O Canal de Suez é uma passagem construída a partir de 1859 para conectar os continentes asiático e europeu. Muito mais do que uma das grandes obras do século XIX, empregando mais de 1,5 milhão de pessoas durante os 10 anos de sua construção, desde sua inauguração em 17 de novembro de 1896, o canal adquiriu forte relevância no comércio de mercadorias e transporte de pessoas, facilitando as viagens marítimas ao diminuir em mais de 7 mil quilômetros a distância Europa-Ásia.

Sendo o maior canal de travessia de embarcações sem eclusas (construção que permite a subida ou descida de navios, como as existentes no Canal do Panamá), ligando o Mar Vermelho e o Mediterrâneo e evitando o longo percurso pelo Cabo da Boa Esperança, o Canal de Suez permite a travessia de cerca de 14% do comércio global de cargas, com capacidade atual de passagem para 49 navios nos dois sentidos de travessia.

Em conjunto com a facilitação de viagens, a importância do canal também passa pela segurança que o mesmo apresenta, pois, ao oferecer uma opção de travessia Europa-Asia sem a necessidade de passagem pelo extremo sul e extremo leste africano, onde é comum a ocorrência de pirataria. Tendo entre as cargas mais transportadas o petróleo, minerais e metais brutos, carvão, diesel, gás natural, combustível e cereais, o Canal de Suez faturou US$ 6,3 bilhões, de junho de 2018 a junho de 2019.

O Porto de Santos mantém acordos de cooperação técnica com o Canal de Suez, o qual, por conta de diversas facilidades oferecidas pelo Egito, apresentando modelos de negócio flexíveis, acordos com a União Europeia de facilitação de comércio, certificados de origem com validade europeia e menores custos logísticos, por ser uma zona franca (livre de tarifas alfandegárias), apresenta-se como uma solução logística e de despacho eficiente para exportações, simplificando rotas marítimas.

Por Wlamir Henrique da Cruz Danieleski.

Na última sexta-feira, dia 1º, o Ministério das Relações Exteriores comunicou a entrada em vigor do Acordo de Livre Comércio (ALC) entre o Mercosul e a República Árabe do Egito, sete anos após sua assinatura. O documento é o primeiro desta modalidade celebrado pelo bloco sul-americano com um país do continente africano. O decreto de promulgação será encaminhado à Casa Civil para assinatura do Presidente da República. A aplicação do acordo no Brasil somente será dada com a publicação de decreto presidencial, prevista para ocorrer em breve.

Segundo o Itamaraty, a partir da vigência do acordo, o Mercosul garante seu acesso facilitado a um mercado de 100 milhões de consumidores. O acordo proporciona novas oportunidades para exportações brasileiras de produtos como papel, frango, café solúvel, automóveis e autopeças, entre outros. De acordo com projeções da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), aproximadamente 63% das exportações brasileiras para o país serão imediatamente beneficiadas com a entrada em vigor do acordo. Ao final de dez anos, a redução a zero abrangerá 99% dos itens importáveis pelo bloco sul-americano e 97% dos exportáveis para o Egito.

Em 2016, as exportações brasileiras para o Egito somaram US$ 1,77 bilhão, o que equivale a aproximadamente 20% do total exportado pelo Brasil para a África. Deste total exportado para o Egito, 78% corresponderam a produtos cobertos pelo acordo comercial. Dentre os produtos vendidos ao país africano, destacam-se: carne bovina (30%), açúcar (17%), milho em grão (14%) e minério de ferro (10%).

No mesmo período, as importações somaram US$ 94,3 milhões. Os principais produtos importados do Egito foram adubos e fertilizantes (36%), nafta (10%), fios de algodão (5,8%) e produtos hortícolas (4,4%).

Por Kelly Weber.