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Após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, os impactos no território nacional já se mostram claros: barril de petróleo beirando 110,00 dólares, resultando em um aumento nacional no preço nas bombas de combustível em 8,14%, impactos econômicos e sociais imensuráveis, entre outros fatores. Diversos analistas econômicos deixaram claro os prejuízos que a guerra traria não somente para o âmbito nacional, mas também no global, visto que o aumento do preço dos combustíveis e alimentos causam pânico e uma nova onda de inflação mundial.

Nas últimas semanas, o Banco Central tem se mostrado muito preocupado em contornar a situação do aumento do combustível e inflação no território brasileiro. Entretanto, há certa indecisão com base nos métodos de resolução. A pergunta é: acelera-se o aumento dos juros, ou assegura-se o aumento da Selic meio à uma sociedade polarizada e governo cada vez mais pressionado?

A resposta para essa pergunta ainda é um dilema para o Banco Central em virtude de alguns fatores: com o custo do combustível já alto, caso o Banco Central se antecipe com os juros, haverá um aumento gigantesco na instabilidade social perante ao governo, um problema que antes era econômico, se tornará ainda mais difundido entre todas as classes sociais; todavia, o aumento da inflação também é preocupante, e caso o governo opte por esperar, futuramente um mapeamento dos juros será ainda mais necessário, já que o Banco Central terá que correr atrás de inflação causada pela memória inflacionária do passado.

Este último dilema é ainda maior à medida que analisamos o aspecto histórico da economia e inflação brasileira, que sempre foi calcada na chamada “memória inflacionária”, ou seja, os juros sempre tinham que ser reajustados sob um prospecto inercial. Sendo assim, por maior que seja o problema social que a alta dos juros pode causar, esta continua sendo a melhor resposta para a resolução dessa problemática.

Aliar uma instabilidade social derivada de anos anteriores, pandemia, conflito na Ucrânia, polarização política, entre outros fatores coletivos com uma economia frágil e dependente da exportação de commodities e importação de fertilizantes e outros insumos demonstram que o grande desafio do governo brasileiro e Banco Central é consolidar estes dois mundos: economia e sociedade.

Autor: Igor Alves Tonatto

Referências:

https://economia.uol.com.br

https://br.investing.com

https://exame.com

https://www.cnnbrasil.com.br