A Expointer é a maior feira de exposições de animais na América Latina. A Feira, que ocorre no estado do Rio Grande do Sul no final do mês de agosto, reúne exposição de animais, fabricantes de máquinas e implementos agrícolas, divulgação e comercialização de produtos da agricultura familiar, venda de artesanato gaúcho, além de fóruns, seminários, debates, cursos e palestras com temas voltados ao agronegócio. Este ano (2019) foram apresentadas mais de 150 raças de animais e em torno de 420 mil pessoas visitaram a feira, tendo 50 mil pessoas a mais que o ano de 2018, sendo que uma boa parcela de visitantes foi de estrangeiros.
As vendas da Expointer chegaram a R$ 2,7 bilhões, melhor resultado desde 2014. A feira fechou seus nove dias com alta nominal de 17,37% nos negócios e o Banrisul registrou crescimento de 251% em financiamentos de máquinas e equipamentos agrícolas.
O governador do RS, Eduardo Leite, comentou: “a economia do Rio Grande do Sul expressa na Expointer toda a sua força e vibração. Tudo isso nos dá confiança sobre a retomada da economia, sobre o que vamos colher ali na frente”.
O acordo entre Brasil e China para a exportação de produtos lácteos brasileiros (Leite e derivados), e a entrada em vigor das Instruções Normativas do Leite (INs 76 e 77), implementadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), foram temas abordados nos debates sobre o agronegócio na Expointer. Produtores, indústrias e o governo ainda tem muito a fazer para os produtos brasileiros chegarem no mercado chinês de forma competitiva. As Instruções Normativas do Leite têm como objetivo melhorar a qualidade e a competitividade destes produtos. O acordo existia desde 2007, mas não havia nenhuma indústria brasileira habilitada pela China. Somente agora foram habilitados 24 estabelecimentos brasileiros, sendo seis no Rio Grande do Sul, para exportação de produtos como leite em pó, queijos e leite condensado.
Conforme dados fornecidos pelo MAPA, os chineses são os maiores importadores de produtos lácteos do mundo. Compram 800 mil toneladas de produto por ano. Em 2018, eles importaram 108 mil toneladas em queijos, apresentando um crescimento anual de 13% nos últimos cinco anos, fato que ocorre devido à expansão populacional.
Anualmente, o Brasil produz uma média de 600 mil toneladas de leite em pó. No ano de 2018, o setor lácteo brasileiro exportou para mais de 50 países, e tem previsão de faturar em 2019, US$ 4,5 milhões em produtos lácteos, como queijo e leite em pó, conforme projeção da Viva Lácteos – Associação Brasileira de Laticínios.
Os números positivos da Expointer dão sinais muito promissores para o mercado brasileiro, não apenas para o agronegócio, mas também para os demais setores da economia. Esforços do governo em estabelecer acordos bilaterais, fortalecem a indústria brasileira e auxiliam o país a sair da incômoda posição de grande importador, para se tornar um grande player no mercado internacional.
Por Débora Costa Rigo.