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Crédito da Imagem: jcomp

O Brasil é o segundo país da lista de países que mais exportam alimentos no mundo. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o país atende 800 milhões de pessoas ao redor do mundo. Pesquisas mostram que o país pode ultrapassar o primeiro colocado dessa lista, os EUA, daqui a estimados cinco anos mesmo com o aumento constante dos preços destes produtos no mercado interno.

Entre os alimentos que mais tiveram alta no preço, estão o arroz (37,5%), tomate (37,24%), carne bovina (32,69%), frango inteiro (22,73%), feijão preto (18,46%), ovos (13,5%) e alface (9,74%). Uns dos principais pontos que causaram este aumento foi o efeito da inflação. De acordo com Patrícia Costa, economista e coordenadora da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, com a alta das commodities se privilegia o lucro que o agronegócio pode gerar com a exportação dos produtos em detrimento do mercado interno do país. Ela pontua que o equilíbrio entre a exportação e o armazenamento de alimentos para o consumo da população local é um dos fatores que ajudam a estabilizar os preços dos alimentos, mas o cenário de crise que o Brasil vivencia está tornando todo o processo, desde a produção até o consumo final, mais caro; chegando aos preços observados nos mercados.

Outro ponto que influencia nos preços é a desvalorização do real brasileiro em comparação ao dólar. Entre dezembro de 2019 a outubro de 2020, o real perdeu 28% do seu valor perante o dólar. De acordo com um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, divulgado pelo BBC News Brasil, é o pior desempenho entre as 30 moedas mais negociadas do mundo junto ao peso argentino.

“ Essa alta no preço dos alimentos no Brasil aumentou, porque aquele alimento que tenho que importar fica mais caro e porque o produtor do grão, da carne, vê que é mais vantajoso exportar do que vender para o mercado interno, porque ele vai receber em dólar e acaba tendo rentabilidade muito maior”, argumenta Maria Andreia Lameiras, pesquisadora responsável pelo Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.

Por: Daiane Deolindo Rosa

Fontes: Extra Globo, Brasil de Fato, Politize

A balança comercial brasileira positiva em 2021 (US$ 7,395 bilhões em julho) deve ser saudada por todos, é muito importante para uma nação exportar mais do que importa. Simploriamente falando, isto demonstra que estamos vendendo mais para além de nossas fronteiras, do que comprando. Porém, faz-se necessário realizar uma análise mais profunda de como esse número é construído, para nós brasileiros. O Brasil vem cada vez mais se consolidando com um grande exportador de commodities (agrícolas, minério e petróleo), enquanto suas importações são caracterizadas, em sua maioria, por produtos acabados. Essa matriz escancara a perda de competitividade brasileira na transformação de produtos. O chamado “custo Brasil”, que envolve toda a cadeia produtiva brasileira, acaba por afugentar e afastar de terras brasileiras os desejados investimentos em tecnologia e produtividade. Lógico que existem outros fatores, como insegurança jurídica brasileira, instabilidades políticas e econômicas etc., que também acabam por inflacionar essa evasão de investimentos, mas isso é tema para outra discussão.

Se no agronegócio o Brasil é referência em termos de produtividade, com alta tecnologia envolvida na produção de grãos, o mesmo não ocorre em nossa indústria. Trilhamos um caminho inglório, onde muitas vezes exportamos o insumo que será transformado em algum país do exterior, para posteriormente importar o produto produzido por este. O Brasil deixa não só de incrementar drasticamente o montante de valor exportado, caso adotasse uma matriz de exportação que priorizasse o produto acabado, mas acaba também por tornar sua indústria e meios de produção cada vez mais obsoletos. Podemos, ainda, somar a isto os tão desejados empregos que poderiam ser gerados em solo brasileiro.

Saliento que não se deve desprezar a força do agronegócio brasileiro, capaz de alavancar fortemente o PIB brasileiro, cuja expectativa é de 5,22% em 2021 (relatório FOCUS 30/08). Mas é justamente o sucesso desse mercado e a competitividade que o Brasil demonstra perante concorrentes de todo o resto do mundo que causa em nós, brasileiros, a sensação de oportunidade perdida quando olhamos para os demais meios de produção. É preciso que se tenha um olhar para equilibrar melhor o que exportamos e importamos, tendo em vista a necessidade de permanecermos como um país que verdadeiramente produz e transforma o que daqui é extraído.

Por enquanto, a iniciativa privada luta contra todas as intempéries de se empreender no Brasil, para seguir produzindo e gerando empregos em solo brasileiro. Sabemos que é necessário bem mais que isso e aguardamos ansiosamente, que nossos governantes também façam sua parte nesse jogo.

Por Valdocir Cardoso

O superávit registrado na balança comercial do mês de maio teria crescido 42,4% se não ocorresse a nacionalização de duas plataformas de petróleo, totalizando US$ 2,7 bilhões. Sem essas operações, o superávit no mês passado teria atingido cerca de US$ 7,3 bilhões e teria ultrapassado seu recorde para os meses de maio. Fez-se o menor saldo apurado no mês desde 2015.

Ainda que atuem no país, tais plataformas estavam registradas em subsidiárias da Petrobras no exterior. Com a migração para o regime aduaneiro especial Repetro-Sped, as plataformas têm sido nacionalizadas progressivamente e impactando preferencialmente as importações.

Apesar dos claros reflexos da pandemia do novo coronavírus, a respeito do comércio internacional de todos os países, demostrado pelo decréscimo tanto nas exportações quanto nas importações, o governo incita que o país deverá encerrar este ano com um superávit de US$ 46,6 bilhões.

A expectativa divulgada pela Secretária do Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, é de que em 2020 as exportações atinjam US$ 199,8 bilhões, com uma retração de 11,4% comparativamente com 2019. Já as importações alcancem a quantia de US$ 153,2 bilhões, com uma queda de 13,6% em relação ao ano passado. Em relação a queda nas exportações, destacou-se que a redução se deveu a redução dos preços internacionais, ressaltando que em termos de volume abordado, houve um crescimento de 5,6% em relação ao mês de maio do ano passado. E os dados da balança comercial em maio só não foram inferiores devido ao elevado desempenho do setor agropecuário, que apresentou resultados pertinentes no mês de maio e deve ter esses dados aumentados com a revisão da projeção a ser realizada no mês de junho pela Secex.

Com a alta competitividade das mercadorias agropecuárias exportadas pelo Brasil, como âmbito que sustenta a perspectiva de desenvolvimento do setor ao longo de todo ano. As exportações de commodities, bens primários com apreço internacional, não subiram apenas para a China, mas para mercados como Países Baixos (Holanda), Turquia, Espanha e Estados Unidos.

Por Felipe de Almeida.

A crise mundial ocasionada pela pandemia da Covid-19 será seguida também de uma crise econômica sem precedentes. Já é possível observar seus efeitos, como por exemplo, na última segunda-feira (20) o preço do barril do petróleo foi negociado pela primeira vez na história a preços negativos, sendo vendido a – USD 37,63.

Mundialmente, a Arábia Saudita informou que estava monitorando a queda nos preços e acionando seus membros da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para buscar um equilíbrio. Os EUA anunciaram a compra massiva de barris para suas reservas e a Rússia e outros países europeus anunciaram cortes na produção.

Se, por um lado, as empresas norte-americanas estão com receio de virem à falência, a queda no valor do petróleo afeta todas as petroleiras do mundo, inclusive a Petrobras. Devido à crise, a Petrobras reduziu sua projeção de investimentos que, a médio prazo, ocasionará na redução da arrecadação do governo com o setor de óleo e gás de acordo com Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) .

Por Gabriela Stefani.