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Crédito da imagem: jcomp

 

É comum que ao final do ano a demanda por produtos e insumos, principalmente originários do mercado asiático, sofra um aumento considerável. Impulsionado pelas festividades e a retomada da economia, esse ano não será diferente. Porém, com o congestionamento no transporte marítimo ao redor do mundo, surge uma reação um pouco atípica: o crescimento acima da média do transporte aéreo de cargas.

Parte dessa demanda pode ser explicada pela falta de contêineres marítimos, que é um modal mais barato e, consequentemente, mais procurado do que o aéreo. Entretanto, com o mercado de turismo (tanto nacional, quanto internacional) ainda em recuperação, há menos aviões de passageiros com capacidade de carga. Segundo a Allog, entre junho e setembro a movimentação de cargas aéreas foi 40% superior em tonelagem, em comparação ao mesmo período de 2020.

Em agosto as taxas aéreas nas principais rotas do comércio já vinham aumentando, uma vez que o setor enfrentou diversas interrupções na cadeia de suprimentos vindos da China e gargalos logísticos nos Estados Unidos, agravados ainda com a proximidade da alta temporada do setor.

Além disso, o setor ainda sofre com os impactos do fechamento de aeroportos devido à COVID na China, principalmente do Shanghai Pudong, maior centro de cargas do país. Esse efeito, que refletiu diretamente nos preços do frete, fez com que as rotas Miami-São Paulo e Shanghai-São Paulo sofressem aumentos de 380% e 350%, respectivamente.

Especialistas afirmam que, no momento, é difícil prever quando a situação começará a dar sinais de que estaria voltando ao normal, pois realmente são tempos sem precedentes. De acordo com a Associação Internacional de Transportes Aéreos (em inglês, International Air Transport Association – IATA), o valor embarcado por via aérea em 2021 será 15% maior em comparação a 2019, chegando aos US$ 7,5 trilhões, e deverá aumentar mais 7,2% em 2022.

Fonte: Portos e Navios

Autor: Marcel Mazzochi Negrini

Ningbo é o terceiro maior porto de contêineres do mundo e uma grande porta de saída para as exportações chinesas. Na semana passada um surto de Covid na China levou a uma paralisação parcial deste porto, reduzindo sua capacidade para um quinto e suspendendo transportes de contêineres. Cerca de 350 navios porta-contêineres estão aguardando fora do porto para seguir viagem.

O Governo Chinês decretou medidas rígidas que impactaram o acesso a cidades por rodovias e cancelamento de voos, desacelerando o fluxo logístico e afetando diretamente no tempo de trânsito das mercadorias. Devido ao novo surto, muitos navios estão parados cumprindo quarentena, causando falta de contêineres, congestionamento no porto, falta de espaço e aumento dos valores de frete.

Os impactos causados pelo tufão que atingiu a China no dia 25, conforme informado na notícia “Tufão In-Fa segue devastando o território chinês”, continuam sendo notados. Estes acontecimentos estão gerando uma reação em cadeia, ocasionando todos os efeitos citados acima.

Referências: https://www.canalrural.com.br
https://www.fazcomex.com.br

Por Joana Deangelis

O congestionamento iniciado em Yantian, espalhou-se para outros portos em Guangdong, incluindo Shekou, Chiwan e Nansha. Todos estão localizados na região de Shenzhen ou Guangzhou, o 4º e o 5º maiores portos do mundo, respectivamente. O efeito dominó está criando um grande problema para o setor de transporte marítimo mundial.

O acúmulo de Yantian “está causando mais disrupção em uma cadeia de suprimentos global já pressionada”, disse Peter Sand, analista-chefe de transporte da Bimco, uma associação de armadores. O consumidor final “pode não encontrar tudo o que desejar quando forem às compras”, acrescentou.

Na última quinta-feira, 17 de junho, mais de 50 navios porta-contêineres estavam esperando para atracar no Delta do Rio das Pérolas, em Guangdong, de acordo com dados da Refinitiv. Este já é considerado o maior acúmulo desde 2019.

Apenas no Porto de Yantian, as complicações nas operações já são preocupantes. O porto não conseguiu movimentar cerca de 357 mil TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit) desde o final de maio, segundo uma estimativa recente de Lars Jensen, CEO (Chief Executive Officer) da consultoria dinamarquesa Vespucci Maritime. Isso é mais do que o volume total de frete impactado pelo fechamento de seis dias do Canal de Suez, ocorrido em março deste ano.

As operações portuárias de Yantian já se recuperaram para cerca de 70% dos níveis normais, mas não devem retornar à capacidade total até o fim deste mês de junho.

A Maersk — maior empresa de transporte de contêineres e operadora de navios do mundo — disse aos clientes na semana passada que os navios podem atrasar pelo menos 16 dias em Yantian. Embora a empresa tenha dito que desviaria algumas transportadoras para portos alternativos, isso não necessariamente vai resolver o problema. A Maersk alertou ainda, que o tempo de espera em outros portos, como Shenzhen, Guangzhou e Hong Kong, pode aumentar à medida que mais navios chegarem.

Enquanto isso, as gigantes Hapag-Lloyd, MSC e Cosco Shipping aumentaram as taxas de frete para cargas entre a Ásia e a América do Norte ou Europa. A MSC, por exemplo, disse neste mês que aumentaria as taxas de transporte da Ásia para a América do Norte em até US$ 3.798 (cerca de R$ 19.332) por contêiner de 45 pés.

As tarifas das oito principais rotas Leste-Oeste aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Drewry Shipping, com sede em Londres. O maior salto nos preços ocorreu ao longo da rota de Xangai a Rotterdam, na Holanda, que disparou 534% em relação ao ano anterior, para mais de US$ 11 mil (cerca de R$ 55.990) por um contêiner de 40 pés.

Por Daniela P. da Luz – Depto. De Exportação