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O congestionamento iniciado em Yantian, espalhou-se para outros portos em Guangdong, incluindo Shekou, Chiwan e Nansha. Todos estão localizados na região de Shenzhen ou Guangzhou, o 4º e o 5º maiores portos do mundo, respectivamente. O efeito dominó está criando um grande problema para o setor de transporte marítimo mundial.

O acúmulo de Yantian “está causando mais disrupção em uma cadeia de suprimentos global já pressionada”, disse Peter Sand, analista-chefe de transporte da Bimco, uma associação de armadores. O consumidor final “pode não encontrar tudo o que desejar quando forem às compras”, acrescentou.

Na última quinta-feira, 17 de junho, mais de 50 navios porta-contêineres estavam esperando para atracar no Delta do Rio das Pérolas, em Guangdong, de acordo com dados da Refinitiv. Este já é considerado o maior acúmulo desde 2019.

Apenas no Porto de Yantian, as complicações nas operações já são preocupantes. O porto não conseguiu movimentar cerca de 357 mil TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit) desde o final de maio, segundo uma estimativa recente de Lars Jensen, CEO (Chief Executive Officer) da consultoria dinamarquesa Vespucci Maritime. Isso é mais do que o volume total de frete impactado pelo fechamento de seis dias do Canal de Suez, ocorrido em março deste ano.

As operações portuárias de Yantian já se recuperaram para cerca de 70% dos níveis normais, mas não devem retornar à capacidade total até o fim deste mês de junho.

A Maersk — maior empresa de transporte de contêineres e operadora de navios do mundo — disse aos clientes na semana passada que os navios podem atrasar pelo menos 16 dias em Yantian. Embora a empresa tenha dito que desviaria algumas transportadoras para portos alternativos, isso não necessariamente vai resolver o problema. A Maersk alertou ainda, que o tempo de espera em outros portos, como Shenzhen, Guangzhou e Hong Kong, pode aumentar à medida que mais navios chegarem.

Enquanto isso, as gigantes Hapag-Lloyd, MSC e Cosco Shipping aumentaram as taxas de frete para cargas entre a Ásia e a América do Norte ou Europa. A MSC, por exemplo, disse neste mês que aumentaria as taxas de transporte da Ásia para a América do Norte em até US$ 3.798 (cerca de R$ 19.332) por contêiner de 45 pés.

As tarifas das oito principais rotas Leste-Oeste aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Drewry Shipping, com sede em Londres. O maior salto nos preços ocorreu ao longo da rota de Xangai a Rotterdam, na Holanda, que disparou 534% em relação ao ano anterior, para mais de US$ 11 mil (cerca de R$ 55.990) por um contêiner de 40 pés.

Por Daniela P. da Luz – Depto. De Exportação

A receita do setor do agronegócio deve ultrapassar R$ 1,2 trilhão, calcula a Confederação Nacional da Agricultura com base nos resultados do primeiro trimestre deste ano. Assim, já haveria um aumento de 15% no volume de caixa em comparação com ano passado, que também foi recorde.

Só as exportações somaram US$ 13,57 bilhões no mês de abril, considerado o melhor abril de todos os tempos, pelos dados oficiais disponíveis desde 1997, com um aumento de 39% em relação ao ano passado.

Entre janeiro e abril, as vendas externas fecharam em US$ 36,8 bilhões, representando 45% de tudo que o país vendeu ao exterior. Estima-se que houve um gasto de US$ 5 bilhões em importações, o que representa uma alta de 9,4%, em relação aos primeiros quatro meses do ano passado.

O clima segue favorável aos negócios, estimulados pela valorização das commodities agrícolas e pela maxidesvalorização do real. Uma das explicações dessa temporada de multiplicação de lucros é o avanço da inflação doméstica. Nos doze meses contados até março, os preços dos produtos alimentícios subiram em torno de 11,7%, tendo como referência o Índice de Preços ao Consumidor (IPC).

O impacto na renda domiciliar é grande para ampla maioria dos brasileiros, porque os gastos com alimentação consomem cerca de 60% dos orçamentos das famílias, em especial neste ano de pandemia onde a população se viu obrigada a ficar mais em casa.

O ciclo atual é oposto entre os anos de 2017-2019, quando a renda na agricultura e na pecuária caíram em média 20% (descontada a inflação), mesmo registrando-se um crescimento de 19% na sua produção.

Os efeitos dessa temporada próspera, naturalmente, estendem-se aos fornecedores de máquinas e insumos como: fertilizantes, defensivos, sementes, entre outros. As encomendas de novas máquinas avançam num ritmo de aumento próximo aos 40% por mês, desde janeiro.

Por Daniela P. da Luz – Depto. De Exportação

Segundo informações do site da Agência Brasil, as exportações brasileiras deverão atingir US$ 237,334 bilhões no decorrer deste ano de 2021, com aumento de até 13,7% em relação aos US$ 208,791 bilhões que foram estimados para 2020. As importações poderão chegar a US$ 168,316 bilhões, com crescimento de 7,3% ante os US$ 156,916 bilhões de 2020. Estimado em US$ 69,018 bilhões, o superávit para 2021 mostrará evolução de 33% na comparação com os US$ 51,875 bilhões de 2020, o que poderá representar recorde histórico, caso as projeções se concretizem.

O maior superávit até agora registrado no país, foi US$ 67 bilhões, no ano de 2017.

O presidente executivo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, comenta que três fatores contribuem para essas projeções: o forte aumento do preço da soja, o forte aumento do preço do minério e a recuperação do preço do petróleo.

De acordo com a AEB, a soja, o petróleo e o minério responderão pelo recorde de 40,2% das exportações totais do país projetadas para 2021, mantendo-se como motor de sustentação das vendas do Brasil no exterior. Com isso, em 2021, pelo sétimo ano consecutivo, a soja continuará sendo o produto líder de exportação, com US$ 36,550 bilhões, conforme a aposta da AEB, como novo recorde. A China continua sendo o principal comprador da soja e do minério brasileiro. E o próprio presidente executivo, José Augusto de Castro, não acredita que as críticas do governo brasileiro à China possam afetar ou interferir nas relações comerciais entre os países.
Cabe citar ainda, que o Brasil continua fortemente dependente das exportações de commodities, com relação aos produtos manufaturados, de maior valor agregado, que veem sofrendo o forte impacto negativo da falta de competitividade decorrente do elevado custo Brasil.

Por Daniela Pedroso da Luz.