É fato que o mercado chinês atualmente é gigantesco, sendo não somente um dos principais pontos do comércio internacional, mas também o principal parceiro da balança brasileira. É de se assustar tamanho crescimento em uma faixa temporal equivalente a duas décadas, uma vez que o PIB bruto chinês em 2000 era de US$ 1,2 trilhão enquanto 20 anos depois subiu para US$ 15 trilhões. Entretanto, seria errôneo ignorar décadas de planejamento de governos anteriores, classificando seu crescimento como simplesmente um fenômeno qualquer.
Antes de falar de história, é importante ressaltar que a expansão do Partido Comunista Chinês acontece após a reforma promovida pelo líder Deong Xiaoping, já que sua economia se tornava capitalista, enquanto sua política continuava centralizada no comunismo. Este novo modelo possibilitou um avanço econômico, político e internacional sem precedentes para o governo chinês, com base nisso que assinou um acordo com os Estados Unidos em 1999. Este fato eliminava barreiras internacionais, uma vez que reduzia em torno de 23% das tarifas chinesas sob produtos norte americanos enquanto os estadunidenses prometiam maior acessibilidade a seus produtos, serviços e tecnologia. Este episódio abriu caminho para a expansão chinesa na virada do século XXI, assim como sua entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) em dezembro de 2001.
Diversos projetos perduram e justificam o sucesso atual da China no mercado mundial, um deles seria o grande incentivo ao êxodo rural, onde projetos de grandes cidades e centros econômicos eram promovidos diariamente pelo governo de Deong. A grande empreitada do governo seria a criação de Zonas Econômicas Especiais (ZEE), neste modelo, cidades que possuíam potenciais aos olhos do governo recebiam grandes incentivos ao investimento estrangeiro. Um dos maiores centros econômicos do país e do mundo Shenzhen, foi a primeira cidade a receber tal incentivo. Desde 1979, sua população cresceu 23.900,00% possuindo 12 milhões de habitantes atualmente. Estas políticas foram as principais responsáveis pelo crescimento da região urbana, uma vez que atualmente 62,5% da população residem nesses centros.
No atual cenário, as análises do crescimento da China extrapolam o âmbito econômico, se tornando também geopolíticas. A importância desse país para a sustentação global é inegável, simples decisões de líderes e empresas chinesas impactariam todo Sistema Internacional. Estimativas apontam que a nova superpotência deve superar a economia norte-americana em 2028, cerca de 5 anos à frente das previsões do início do milênio, será o fim de uma hegemonia que perdurou décadas.
Fonte: https://www.bbc.com
Por: Igor Alves Tonatto