Os Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial do Brasil, registraram um saldo positivo de US$ 283,8 milhões na balança comercial com o país em 2024. Apesar disso, o mercado norte-americano segue sendo fundamental para o Brasil, absorvendo 12% das exportações nacionais, o que representou US$ 40,368 bilhões ao longo do ano.
Entre os produtos mais exportados para os EUA, destacam-se os “produtos semiacabados, lingotes e outras formas primárias de ferro ou aço”, que figuram na 14ª posição geral das exportações brasileiras e ocupam o 8º lugar dentro da indústria de transformação. O Brasil, segundo maior fornecedor de aço para os EUA, vendeu US$ 3,5 bilhões desse insumo ao país em 2024.
O governo de Donald Trump ameaça modificar esse cenário com a imposição de barreiras comerciais. O republicano anunciou estudos para a implementação de tarifas recíprocas e oficializou a taxação de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio.
Robson Gonçalves, economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV), alerta que uma política isolacionista dos EUA pode dificultar a substituição desse mercado para o Brasil, exigindo um aumento significativo na produtividade nacional.
O governo brasileiro adota uma postura cautelosa e busca margens para negociações. Em avaliação feita pelo Ministério da Fazenda na quinta-feira (13), concluiu-se que as tarifas sobre ferro, aço e alumínio tendem a ter um impacto limitado nas exportações brasileiras, caso sejam implementadas.
Além disso, o governo federal anunciou a abertura de 300 novos mercados internacionais para o agronegócio até o final do último ano, como parte da estratégia de diversificação comercial.
A participação do comércio exterior no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, indicador calculado pelo Banco Mundial, tem mostrado evolução, embora ainda esteja abaixo da média global. Curiosamente, o Brasil supera os Estados Unidos nesse índice.
No entanto, o Brasil aplica tarifas de importação, em média, mais elevadas que os EUA. Segundo o Banco Mundial, a tarifa média brasileira sobre importações é de 12,4%, enquanto a dos norte-americanos é de apenas 2,7%.
A administração Trump tem utilizado tarifas como instrumento de negociação em temas estratégicos. Um exemplo foi a abordagem com México e Canadá: após anunciar tarifas sobre produtos desses países, o governo recuou em troca de concessões, como o fortalecimento das fronteiras norte-americanas.
Diante desse cenário, o Brasil segue atento às movimentações e busca estratégias para minimizar os impactos de eventuais restrições comerciais.
Fonte: CNN Brasil
Autor: Pedro Henrique Moretto Rodrigues