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Nesta quarta-feira (25) o governo chinês anunciou a retomada gradual do Porto de Ningbo-Zhushan, com expectativa de estar operando a pleno vapor no dia 1º de setembro. O Porto é um dos maiores terminais de carga do mundo, movimentando no último ano 1,2 bilhão de toneladas de mercadoria. Esta parada de quase um mês nas operações do porto tornou-se um evento com proporções cataclísmicas para os operadores de comércio exterior no mundo, gerando aumento no preço dos fretes, falta de equipamentos e atrasos nas cadeias de suprimentos.

O fechamento do Porto ocorreu através de uma medida sanitária imposta pela China onde no dia 11 de agosto foi identificado um caso de coronavírus entre os funcionários. Na ocasião, o terminal fechado culminou no isolamento domiciliar de 2.000 trabalhadores. Em maio deste ano, um evento semelhante havia ocorrido no porto de Yantian, gerando atrasos generalizados.

A notícia surge como um alento mundial as cadeias de suprimentos. A expectativa da retomada gradual do Porto volta a animar os importadores e exportadores e pela primeira vez em algumas semanas, surge uma luz no fim do túnel. Todavia, a estabilização da logística global será um processo lento e ainda não há expectativa de retomada aos patamares pré-pandemia.

Fonte: Zero Hora

Por: Bruno Zaballa

O congestionamento iniciado em Yantian, espalhou-se para outros portos em Guangdong, incluindo Shekou, Chiwan e Nansha. Todos estão localizados na região de Shenzhen ou Guangzhou, o 4º e o 5º maiores portos do mundo, respectivamente. O efeito dominó está criando um grande problema para o setor de transporte marítimo mundial.

O acúmulo de Yantian “está causando mais disrupção em uma cadeia de suprimentos global já pressionada”, disse Peter Sand, analista-chefe de transporte da Bimco, uma associação de armadores. O consumidor final “pode não encontrar tudo o que desejar quando forem às compras”, acrescentou.

Na última quinta-feira, 17 de junho, mais de 50 navios porta-contêineres estavam esperando para atracar no Delta do Rio das Pérolas, em Guangdong, de acordo com dados da Refinitiv. Este já é considerado o maior acúmulo desde 2019.

Apenas no Porto de Yantian, as complicações nas operações já são preocupantes. O porto não conseguiu movimentar cerca de 357 mil TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit) desde o final de maio, segundo uma estimativa recente de Lars Jensen, CEO (Chief Executive Officer) da consultoria dinamarquesa Vespucci Maritime. Isso é mais do que o volume total de frete impactado pelo fechamento de seis dias do Canal de Suez, ocorrido em março deste ano.

As operações portuárias de Yantian já se recuperaram para cerca de 70% dos níveis normais, mas não devem retornar à capacidade total até o fim deste mês de junho.

A Maersk — maior empresa de transporte de contêineres e operadora de navios do mundo — disse aos clientes na semana passada que os navios podem atrasar pelo menos 16 dias em Yantian. Embora a empresa tenha dito que desviaria algumas transportadoras para portos alternativos, isso não necessariamente vai resolver o problema. A Maersk alertou ainda, que o tempo de espera em outros portos, como Shenzhen, Guangzhou e Hong Kong, pode aumentar à medida que mais navios chegarem.

Enquanto isso, as gigantes Hapag-Lloyd, MSC e Cosco Shipping aumentaram as taxas de frete para cargas entre a Ásia e a América do Norte ou Europa. A MSC, por exemplo, disse neste mês que aumentaria as taxas de transporte da Ásia para a América do Norte em até US$ 3.798 (cerca de R$ 19.332) por contêiner de 45 pés.

As tarifas das oito principais rotas Leste-Oeste aumentaram em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Drewry Shipping, com sede em Londres. O maior salto nos preços ocorreu ao longo da rota de Xangai a Rotterdam, na Holanda, que disparou 534% em relação ao ano anterior, para mais de US$ 11 mil (cerca de R$ 55.990) por um contêiner de 40 pés.

Por Daniela P. da Luz – Depto. De Exportação