As exportações da China registraram um aumento significativo de 12,4% em março de 2025, totalizando US$ 313,9 bilhões, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Esse crescimento é atribuído à antecipação de exportadores chineses às novas tarifas elevadas impostas pelos Estados Unidos, que podem chegar a 145% sobre a maioria dos produtos chineses.
A aceleração nas exportações reflete um esforço das empresas para enviar mercadorias antes da implementação das tarifas, previstas para impactar negativamente os custos e a competitividade dos produtos chineses no mercado norte-americano. Além disso, as exportações para países do Sudeste Asiático, África e Índia também apresentaram crescimento, indicando uma tentativa de diversificação dos mercados frente às tensões comerciais com os EUA.
Por outro lado, as importações da China caíram 4,3% em março, sugerindo uma demanda interna enfraquecida. O superávit comercial do país alcançou US$ 102,6 bilhões no mês, impulsionado principalmente pelo aumento das exportações para os Estados Unidos.
A recente decisão dos EUA de conceder isenções tarifárias temporárias a produtos eletrônicos chineses, como telefones, computadores e microprocessadores, foi vista pela China como “um pequeno passo”. O governo chinês solicitou ao presidente Donald Trump para reconhecer o “erro” de implementar tarifas adicionais desde o início da guerra comercial em 2 de abril e a eliminá-las completamente.
Em resposta às novas tarifas dos EUA, a China aplicou tarifas de 15% sobre importações de carvão e gás natural dos EUA, além de impostos de 10% sobre petróleo e equipamentos agrícolas americanos. Ademais, iniciou uma investigação antitruste contra o Google, apesar de os serviços de busca da Alphabet estarem indisponíveis no país desde 2010.
Analistas alertam que esse crescimento nas exportações pode ser temporário, com uma desaceleração esperada nos próximos meses devido ao impacto das tarifas e à diminuição da demanda global. O governo chinês busca mitigar os efeitos econômicos por meio de estímulos fiscais e monetários, além de reforçar os laços comerciais com outras regiões para reduzir a dependência do mercado norte-americano.
Fontes: Reuters / Huffing / InfoMoney
Autora: Karoline Suzin