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Crédito da Imagem: Freepik

A Argentina passa por uma de suas maiores crises econômicas. Por conta da pandemia e de suas políticas internas, o país está se encaminhando para a chamada estagflação, que é caracterizada por preços altos, pela baixa oferta e alta demanda, combinados com uma queda drástica das atividades econômicas.

A pandemia, que fez as exportações agrícolas argentinas caírem significativamente, juntamente com problemas políticos internos, coloca o país hoje no fundo do poço com taxas de juros e inflação altíssimas. Importante citar aqui alguns pontos que também deixam o país nessa instabilidade: debates em torno da condenação da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por corrupção; grandes dívidas que dificultam a entrada de capital; e o grande intervencionismo do governo sobre o comércio exterior, que resulta em baixa competitividade internacional.

A atual inflação do país é a maior em 30 anos e estima-se que, até o final desse ano, a mesma deve alcançar 90%. A alta desse indicador é consequência do baixo financiamento que a Argentina anda recebendo. Com poucos investimentos externos, o governo precisa emitir mais moeda para se sustentar. Uma das consequências mais problemáticas dessa questão é justamente o aumento da inflação.

Quanto ao comércio internacional mais especificamente, o governo argentino vai impor nos próximos dias mais 3 medidas restritivas quanto às importações do país. O principal motivo é cuidar das baixas reservas do Banco Central Argentino. São elas:

1) Redução do prazo para importação de insumos sem pagar impostos para depois exportar um bem – de 360 dias para 120;

2) As empresas que importam serviços como softwares ou consultorias deverão entrar em regime de declaração antecipada;

3) 34 bens (máquinas caça-níqueis, iates, aviões de luxo, máquinas de mineração de criptomoedas, etc.) precisarão de autorização prévia ao embarque.

Assim como todos os países que possuem relações comerciais ativas com a Argentina, o Brasil também já está sendo e será mais ainda afetado por essa crise.

Por: Marina Longaray

Crédito da imagem – Bedney Images

As consequências da invasão da Rússia contra a Ucrânia já se tornaram visíveis aos olhos dos consumidores brasileiros. Primeiramente, a atenção foi voltada para a disparada no petróleo e o impacto nas bombas de postos de gasolina. Agora, outras matérias-primas poderão gerar grande impacto inflacionário e causar aumento na compra dos produtos básicos consumidos pela maioria dos brasileiros, o pão francês e o macarrão.

A tonelada de trigo custava 287 dólares em 23 de fevereiro, um dia antes do início da guerra e subiu para 385 dólares no dia 14 de março. Para o Brasil, este aumento é significativo, pois o nosso país produz somente a metade do trigo que consome, conforme informação da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi). Desta forma, as importações do Brasil irão sofrer com as variações internacionais deste produto, mesmo que a maioria sejam feitas do trigo da Argentina. O conflito entre Rússia e Ucrânia impactam o valor global do produto, já que as duas nações são responsáveis por 30% das exportações mundiais de trigo.

De acordo com a Abimapi, o impacto da alta do trigo deve chegar em breve ao bolso do brasileiro e pesar ainda mais no orçamento. “As indústrias estão com estoques relativamente curto, pois estão no início da entressafra de trigo, lembrando que o produto acabado também não tem estoques e que varia muito de empresa para empresa”. Nos últimos 12 meses, ainda sem o impacto da guerra, o macarrão subiu 12,01%, acima dos 10,54% da inflação acumulada no período. Já os panificados acumulam alta de 9,49%, com o pão francês tendo disparado 16% no acumulado do período.

Fontes: https://veja.abril.com.br

Crédito imagem: ijeab

Após o início do conflito entre Rússia e Ucrânia, os impactos no território nacional já se mostram claros: barril de petróleo beirando 110,00 dólares, resultando em um aumento nacional no preço nas bombas de combustível em 8,14%, impactos econômicos e sociais imensuráveis, entre outros fatores. Diversos analistas econômicos deixaram claro os prejuízos que a guerra traria não somente para o âmbito nacional, mas também no global, visto que o aumento do preço dos combustíveis e alimentos causam pânico e uma nova onda de inflação mundial.

Nas últimas semanas, o Banco Central tem se mostrado muito preocupado em contornar a situação do aumento do combustível e inflação no território brasileiro. Entretanto, há certa indecisão com base nos métodos de resolução. A pergunta é: acelera-se o aumento dos juros, ou assegura-se o aumento da Selic meio à uma sociedade polarizada e governo cada vez mais pressionado?

A resposta para essa pergunta ainda é um dilema para o Banco Central em virtude de alguns fatores: com o custo do combustível já alto, caso o Banco Central se antecipe com os juros, haverá um aumento gigantesco na instabilidade social perante ao governo, um problema que antes era econômico, se tornará ainda mais difundido entre todas as classes sociais; todavia, o aumento da inflação também é preocupante, e caso o governo opte por esperar, futuramente um mapeamento dos juros será ainda mais necessário, já que o Banco Central terá que correr atrás de inflação causada pela memória inflacionária do passado.

Este último dilema é ainda maior à medida que analisamos o aspecto histórico da economia e inflação brasileira, que sempre foi calcada na chamada “memória inflacionária”, ou seja, os juros sempre tinham que ser reajustados sob um prospecto inercial. Sendo assim, por maior que seja o problema social que a alta dos juros pode causar, esta continua sendo a melhor resposta para a resolução dessa problemática.

Aliar uma instabilidade social derivada de anos anteriores, pandemia, conflito na Ucrânia, polarização política, entre outros fatores coletivos com uma economia frágil e dependente da exportação de commodities e importação de fertilizantes e outros insumos demonstram que o grande desafio do governo brasileiro e Banco Central é consolidar estes dois mundos: economia e sociedade.

Autor: Igor Alves Tonatto

Referências:

https://economia.uol.com.br

https://br.investing.com

https://exame.com

https://www.cnnbrasil.com.br

Crédito da Imagem: jcomp

O Brasil é o segundo país da lista de países que mais exportam alimentos no mundo. Segundo a Organização Mundial do Comércio (OMC), o país atende 800 milhões de pessoas ao redor do mundo. Pesquisas mostram que o país pode ultrapassar o primeiro colocado dessa lista, os EUA, daqui a estimados cinco anos mesmo com o aumento constante dos preços destes produtos no mercado interno.

Entre os alimentos que mais tiveram alta no preço, estão o arroz (37,5%), tomate (37,24%), carne bovina (32,69%), frango inteiro (22,73%), feijão preto (18,46%), ovos (13,5%) e alface (9,74%). Uns dos principais pontos que causaram este aumento foi o efeito da inflação. De acordo com Patrícia Costa, economista e coordenadora da Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, com a alta das commodities se privilegia o lucro que o agronegócio pode gerar com a exportação dos produtos em detrimento do mercado interno do país. Ela pontua que o equilíbrio entre a exportação e o armazenamento de alimentos para o consumo da população local é um dos fatores que ajudam a estabilizar os preços dos alimentos, mas o cenário de crise que o Brasil vivencia está tornando todo o processo, desde a produção até o consumo final, mais caro; chegando aos preços observados nos mercados.

Outro ponto que influencia nos preços é a desvalorização do real brasileiro em comparação ao dólar. Entre dezembro de 2019 a outubro de 2020, o real perdeu 28% do seu valor perante o dólar. De acordo com um levantamento da Fundação Getúlio Vargas, divulgado pelo BBC News Brasil, é o pior desempenho entre as 30 moedas mais negociadas do mundo junto ao peso argentino.

“ Essa alta no preço dos alimentos no Brasil aumentou, porque aquele alimento que tenho que importar fica mais caro e porque o produtor do grão, da carne, vê que é mais vantajoso exportar do que vender para o mercado interno, porque ele vai receber em dólar e acaba tendo rentabilidade muito maior”, argumenta Maria Andreia Lameiras, pesquisadora responsável pelo Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda.

Por: Daiane Deolindo Rosa

Fontes: Extra Globo, Brasil de Fato, Politize