No dia 24/05, o governo americano anunciou a proibição da entrada de estrangeiros oriundos do Brasil em território americano. Essa medida tem validade para os viajantes não americanos e foi adotada porque o Brasil já é o segundo país com maior número de pessoas infectadas pela COVID-19, atrás apenas dos Estados Unidos.

O presidente americano Donald Trump, afirma em texto que há um potencial muito grande de transmissão do vírus por pessoas que tentam entrar em território americano e isso ameaça o sistema de transporte e infraestrutura, bem como a segurança nacional, evitando dessa forma, o aumento do número de infecções que se aproxima de 2 milhões de casos oficiais, com quase 100 mil mortes.

O fluxo comercial entre o Brasil e Estados Unidos não deve ser afetado e a embaixada americana no Brasil esclareceu em nota que “o país mantém uma forte parceria com o Brasil e trabalhamos em estreita colaboração para mitigar os impactos socioeconômicos e de saúde da covid-19 no Brasil”.

A nota ainda esclarece que a decisão não restringe voos do Brasil para os EUA e entra em vigor às 00h59 em 28 de maio, mas não se aplica a pessoas a bordo de voos programados para chegar nos EUA que tenham partido antes das 00h59 em 29 de maio e ainda não restringe a capacidade de cidadãos norte-americanos, residentes permanentes legais ou indivíduos que se enquadrem em alguma das exceções listadas de viajar para os EUA.

A decisão tem validade para cidadãos não americanos que estiveram visitando o Brasil nos últimos 14 dias, que é exatamente o período de incubação do novo coronavírus. Aqueles que possuem o Green Card, os familiares de norte-americanos e membros de tripulação dos voos ainda podem ser exceções à essa regra.

O Governo americano já havia interrompido viagens a partir da China, Europa e Reino Unido à medida que o vírus foi se espalhando nesses locais.

Antes ainda do anúncio feito por Donald Trump, Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores do Brasil, , anunciou que em conversa com representantes dos Estados Unidos, recebeu a informação da doação de 1.000 respiradores ao Brasil.

O Ministério das Relações Exteriores fez questão de reforçar que Brasil e Estados Unidos têm mantido importante cooperação bilateral no combate à covid-19 e que a decisão do governo dos Estados Unidos de suspender temporariamente a entrada de viajantes provenientes do Brasil, tem teor idêntico a medidas anteriores que suspenderam a entrada de viajantes de outros países afetados pelo Covid-19, como China, Irã, Reino Unido e Irlanda, bem como os países que fazem parte do Espaço Schengen da União Europeia (O Acordo de Schengen é uma convenção entre países europeus sobre uma política de abertura das fronteiras e livre circulação de pessoas entre os países signatários – Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Islândia, Itália, Letônia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Noruega, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Checa, Suécia e Suíça).

De acordo com o Itamaraty, a decisão levou em conta “critérios técnicos” que combinam fatores tais como os casos totais, tendências de crescimento, volume de viagens, entre outros e tem “o mesmo propósito de medida análoga já adotada pelo Brasil em relação a cidadãos de todas as origens, inclusive norte-americanos, e de medidas semelhantes tomadas por ampla gama de países”.

Por Marco Aurelio da Silva.