A FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) presume um aumento de gastos mundiais com a importação de alimentos, que deve ficar em torno de U$ 1,94 trilhões no ano de 2022. Este aumento representa 10% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O incremento de importações também impactou o custo dos alimentos, assim afetando os países mais pobres.

Este cenário repercute em preços globais elevados e na desvalorização das moedas em relação ao dólar norte-americano. Isso impacta no poder de compra dos importadores e também na quantidade de alimentos importados. A invasão da Rússia à Ucrânia também continua impactando esta condição, pois ambos são países que são grandes produtores agrícolas, o que afeta diretamente 30 países dependentes de trigo e óleo de girassol.

Os países de renda maior devem ser responsáveis por 85% dos gastos mundiais em alimentos importados e arcam com 80% da subida destes gastos. A pausa na cadeia de fornecimento e a elevação nos custos das comidas, devido à falta e aumento dos insumos, foram as causas para o aumento na conta de importação de alimentos.

Os fertilizantes, por exemplo, que necessitam de maior esforço para serem produzidos, terão aumento de 50% no custo para importação, em torno de U$ 424 bilhões, assim fazendo com que alguns países reduzam a compra deste insumo. Este fato poderá levar a uma produtividade menor, assim tendo menos disponibilidade de alimentos domésticos, forçando ainda mais a importação de alimentos e causando repercussões negativas na área agrícola global e afetando a segurança alimentar em 2023.

Segundo o relatório de Perspectivas Alimentares, as diferenças entre as economias, que já existem, irão se acentuar. Assim, os países com uma renda mais alta vão continuar importando um alto leque de produtos alimentícios, enquanto as regiões que estão em desenvolvimento irão focar em alimentos mais básicos. Os países de economias mais baixas vão ficar mais sensíveis à alta dos custos, assim podendo chegar a uma situação de estagnação.

O relatório evidencia que a alta dos custos de importação reflete o aumento dos custos unitários ao invés dos volumes, assim sendo, regiões ou países estão sujeitos a ter despesas mais elevadas por volumes menores do que adquiriam anteriormente. Este cenário afetará gravemente nações economicamente mais vulneráveis. Por exemplo, a África Subsaariana terá um aumento de U$ 4,8 bilhões na importação de alimentos e terá uma diminuição de volume em torno de U$ 700 milhões. A FAO diz que são sinais alarmantes para a segurança alimentar. Os países importadores são os que enfrentam mais dificuldades no financiamento do aumento dos custos internacionais, o que pode ser o desfecho de adaptabilidade ao aumento de preços internacionais.

Fontes: https://www.cnnbrasil.com.br

              https://news.un.org

Por: Rúbia Geovana Panzenhagen